domingo, 6 de abril de 2014

Fisioterapia Neurológica


A Fisioterapia Neurológica, ou também conhecida como Neurofuncional, induz ações terapêuticas para recuperação de funções, entre elas a coordenação motora, a força, o equilíbrio e a coordenação. Fisioterapia neurofuncional é uma das áreas de atuação da fisioterapia que objetiva o estudo, diagnóstico e tratamento de distúrbios neurológicos que envolvem as funções neuromotoras, atuando nas sequelas resultantes de danos ao Sistema Nervoso.
A Fisioterapia Neurofuncional é bastante difundida em nosso meio e surgiu no fim da década de 40 com alguns pesquisadores como Rood, Kabat e Knott, Brunnstrom e Bobath. Atua com base nos conceitos neurofisiológicos obtidos após condutas bem sucedidas e pesquisas intensas, direcionando-se o tratamento para a recuperação funcional mais rápida possível para o paciente, seja ele pediátrico, adulto ou geriátrico. Hoje, com modernas técnicas, aprimoramento constante dos profissionais, cursos de aperfeiçoamento, essa área da fisioterapia obtém grandes resultados.
A fisioterapia neurofuncional hospitalar também compartilha desse aprimoramento e pode minimizar as disfunções de doenças que acometem o sistema nervoso como: Traumatismo Craniano, Esclerose Múltipla, Acidente Vascular Encefálico, dentre outras.
A reabilitação tem como objetivo restaurar a identidade pessoal e social dos pacientes que sofreram lesões no córtex, tronco cerebral, medula espinhal, nervo periférico, junção neuromuscular e no músculo, buscando o bem estar físico e emocional do indivíduo.

O tratamento é globalizado e tem como objetivos principais:

Prevenir deformidades, orientar a família e o paciente seja ele adulto ou criança,
Normalizar o tônus postural,
Melhorar habilidades cognitivas e de memória,
Ortostase precoce com uso do lift ortostático,
Reintegrar o paciente a sociedade,
Diminuir padrões patológicos,
Prevenir instalação de doenças pulmonares ou qualquer outra intercorrência,
Manter ou aumentar a amplitude de movimento,
Reduzir a espasticidade,
Estimular as atividades de vida diária, a alimentação, o retreinamento da bexiga e intestinos, a exploração vocacional e de lazer;
Otimizar a qualidade de vida do paciente.

Esses danos acometem crianças acima de dois anos e adultos com diferentes complexidades e distribuições corporais tais como: 

- hemiplegias: um lado do corpo paralisado em sentido vertical - esquerdo ou direito;
- paraplegias: um lado do corpo paralisado em sentido horizontal – superior ou inferior;
- cerebelopatias: doenças cerebelares;
- disfunções vestibulares: o sistema vestibular é responsável pelo equilíbrio do corpo e é localizado no ouvido. O distúrbio vestibular mais conhecido é a labirintite;
- parkinsonismo: mal de parkinson;
- polineuropatias: ocorre quando muitos nervos periféricos por todo o corpo começam a não funcionar corretamente ao mesmo tempo;
- miopatias: doenças musculares;
- doenças do neurônio motor - neurônio responsável pelo movimento;
- pacientes com Acidente Vascular Encefálico (A.V.E), com Traumatismos Cranianos (T.C.E). Vale ressaltar que, o TCE abrange desde um pequeno choque contra a parede até uma lesão por projétil de arma de fogo, por exemplo, pacientes com traumas raquimedulares (T.R.M ou Traumatismo Raquimedular, que aparecem com maior frequência em locais onde se pratica o mergulho - salto - e nos acidentes automobilísticos; portadores de paralisia cerebral, portadores de paralisias faciais, dentre outros. 


Diversas são as patologias neurológicas que podem ser tratadas pela fisioterapia. Dentre elas, discorreremos sobre as mais comuns:

Hemiplegia

Ocorre geralmente após um acidente vascular encefálico, onde o individuo geralmente fica com um lado do corpo paralisado.
A reabilitação na hemiplegia é iniciada logo após o acidente vascular para fazer com que o paciente saia da cama e consiga realizar suas atividades mais independentemente possível.
A participação ativa do paciente é fundamental com o fisioterapeuta, para que ele possa aprender a controlar sua musculatura e movimentos anormais.

Doença de Parkinson

O paciente apresenta: tremor, bradicinesia (lentidão dos movimentos), rigidez , alterações posturais e quedas freqüentes.
O principal objetivo nesta patologia é trabalhar alongamento para melhorar amplitude do movimento, alinhar e melhorar a postura, treinar a marcha (com oscilação dos membros superiores), estimular reações de equilíbrio, treinar sentar e levantar de cadeiras, extensão e rotação do tronco. Os exercícios específicos e regulares são de fundamental importância para manter o paciente forte, flexível e funcional.

Polineuropatia

Refere-se aos obstáculos em que os nervos periféricos são afetados por um ou mais processos patológicos, levando-os á incapacidade motora.
Na polineuropatia iniciaremos com cuidados respiratórios, controle de dor, fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e adaptações às possíveis incapacidades do paciente.

Traumatismo Craniano

Depois de algum trauma, o cérebro quando lesado pode levar o paciente ao coma, déficits físicos e incapacidade.
A prevenção de contraturas, a manutenção da função respiratória, a diminuição da elasticidade, a melhora da amplitude de movimento, a normalização de movimento e do tônus postural e o reforço das habilidades remanescentes serão as prioridades neste caso.
Vale acrescentar que os métodos de fisioterapia são cada vez mais valorizados pelos pacientes e por profissionais de saúde em geral. É comum que o fisioterapeuta selecione técnicas específicas de diversos métodos de tratamento aplicando-as de acordo com as necessidades de seus pacientes.
Também se observa um enorme grau de liberdade criativa baseado nos conceitos gerais de cada método e na competência e profissionalismo de cada fisioterapeuta.
Considerando-se que, seja qual for o método, o objetivo geral é promover o aprendizado ou reaprendizado motor desenvolvendo nos pacientes a capacidade de executar atividades motoras o mais próximo possível do normal.


As síndromes resultantes dos danos ao sistema nervoso diferem entre si dependendo da região atingida. 
As disfunções motoras e sensoriais decorrentes de dano neurológico interferem no desempenho de atividades da vida diária, laborais e de lazer impedindo que o indivíduo realize movimentos ou tenha sensibilidade de acordo com o tipo de trauma ou lesão.
A fisioterapia neurofuncional induz ações terapêuticas para recuperação de funções, entre elas a coordenação motora, a força, o equilíbrio e a coordenação. Através de estímulos, por exemplo, estímulos físicos como tapping com gelo, diferentes texturas – superficie crespa, tecidos, gaze entre outras superfícies – estímulos elétricos através da terapia por correntes, etc.)
A fisioterapia neurofuncional aos poucos irá recapacitar a função de forma total ou parcial, respeitando sempre a fisiologia da lesão e o paciente.