Aparelhos e Equipamentos



Estimulação Elétrica Funcional (FES)





A técnica FES tem como base a produção da contração através da estimulação elétrica, que despolariza o motoneurônio, produzindo uma resposta sincrônica em todas as unidades motoras do músculo. Este sincronismo promove uma contração eficiente, mas é necessário treinamento específico, a fim de evitar a fadiga precoce que impediria a utilização funcional do método com o objetivo reabilitacionais.
FES é, portanto, uma corrente excito motora de baixa freqüência (10 a 1000 Hz), despolarizada, com pulsos quadráticos bifásicos, que visa promover uma contração muscular. Amplamente utilizado quando a meta do tratamento é favorecer ou produzir movimento funcional. Além disso, é utilizado para manutenção do trofismo muscular em pacientes com déficit de força, quando não é possível a realização de movimentos cinesioterápicos.


CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA 

· Trabalha predominantemente fibras lentas (tipo I)

· Recrutamento assincrônico

· Treinamento leva a efeitos sistêmicos

· Fadiga ocorre após maior tempo


CONTRAÇÃO ATRAVÉS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA

· Trabalha predominantemente fibras rápidas (tipo II), devido à sua disposição periférica

· Recrutamento sincrônico

· Pouco ou nenhum efeito sistêmico secundário

· Fadiga se instala mais rapidamente


Efeitos

- Metabolismo celular

- Aumento de oxigenação

- Liberação de metabólitos

- Dilatação arterial

- Irrigação sanguínea no músculo

- Reposta do tudo ou nada, ou seja, o estimulo desencadeado tem que ser suficiente para atingir o limiar do motoneurônio, despolarizando-o.

Eletrodos

Tipos: Silicone-carbono e Auto-adesivos. 
Importante: os eletrodos devem ter como meio de acoplamento GEL hidrossolúvel




Posicionamento: Técnica coplanar ou contraplanar


Colocação dos eletrodos

- Sobre ou ao redor da área dolorosa

- Sobre os dermátomos que correspondem à área doloroso

- Próximo à medula que inerva área dolorosa

- Sobre nervos periféricos que inervam a área dolorosa

- Sobre estruturas vasculares superficiais

- Sobre pontos motores


Modos de pulso

· Normal: emissão de pulsos elétricos no modo convencional

· Burst: emissão de pulsos em forma de pacotes ou trens de pulso; para manter o trofismo e pode também ajudar na analgesia

· Seqüencial: emissão de pulsos elétricos de modo variando entre canais 1,2,3,4 ; usado para trabalhar vários movimentos em músculos diferentes


Parâmetros ideais

· Frequência: 50 a 100Hz

· Largura de pulso: 200 a 500 microsegundos

· Amplitude do pulso: suficiente para causar contração muscular, ideal no limite da dor

Nas primeiras sessões deve-se adotar um período relativamente longo de repouso entre as estimulações (relação de tempo ON / tempo OFF = de 1:5 até 1:3), afim de assegurar a capacidade do músculo de continuar a responder, evitando assim fadiga precoce. Com o passar das sessões o tempo de repouso deve ser reduzido progressivamente (relação 1:2 até 1:1).
A intensidade da corrente é um parâmetro que deve ser constantemente alterado, tanto intra quanto inter-sessões. Esta necessidade é justificada pela acomodação ao estimulo elétrico bem como pelas alterações desencadeadas no decorrer das sessões.
O sucesso dos programas de estimulação elétrica depende amplamente dos parâmetros da corrente. Para utilizá-la de forma mais efetiva, o terapeuta precisa dominar todos os parâmetros e saber quando e como regulá-los, para torná-los mais convenientes á um programa de tratamento particular de um determinado paciente.


Indicações

· Reabilitação muscular

· Prevenção de atrofia (imobilização)

· Hipotrofia, contraturas

· Paralisia cerebral

· Pacientes paraplégicos

· Pacientes com lesão medular incompleta


Contra-indicações

· Usuários de marcapasso cardíaco

· Cardiopatas

· Utilização sobre vasos sanguíneos trombóticos ou embolíticos

· Vasos vulneráveis à hemorragia

· Área abdominal de gestantes

· Sobre seios carotídeos

· Alterações de sensibilidade sem estratégias seguras

· Indivíduos com dermatite e sobre pele danificada

· Tecidos neoplásicos

· Estado febril

· Infecções em geral

· Dor não-diagnosticada (a menos que seja recomendada por profissional)


Orientações
Elevar aos poucos a intensidade da corrente nas primeiras sessões
Eletrodo ativo posicionado sobre o ponto motor ou ventre muscular do músculo a ser estimulado
Usar correntes despolarizadas para estimulação mioeletrica da face
Realizar estimulação elétrica de forma modulada para evitar fadiga
Na obesidade, limiar de excitabilidade é alto
Pacientes com neuropatias periféricas devem ser melhor monitorados
Intensidade adequada contribui para hipertrofia e aumento de potencia de músculo debilitado
Antes do tratamento, a pele deve ser lavada com água e sabão ou limpa com lenço umedecido com álcool.


Dúvidas: Perguntas e Respostas

- Pergunta (diogocarvalhedo@ibest.com.br): Ao estimularmos o ponto motor de um músculo com o FES, há contração seguida de relaxamento, este ocorre de forma rápida ou lenta?

-Resposta (https://plus.google.com/100226765799037348073/posts): Com repouso de 3 a 5 vezes o tempo de duração da contração (ex.: 4 segundos e repousa 12 a 20 segundo) o ritmo permitirá ao músculo se relaxar, ao evitar a fadiga. Fibras tipo II saturam rápido, e esse cuidado vai definir a qualidade dos resultados ao usar correntes para estimular a motricidade, ou seja, fazendo uso dos músculos.

- Complemento (http://consultoriodereabilitacao.blogspot.com.br): Se usar frequência mais baixa (20hz) o fibra estimulada será a do tipo I (lenta e aeróbica), o músculo não irá fadigar, assim pode-se diminuir o tempo off e aumentar o tempo de aplicação de sua terapia.



Fonte: Alunos: Lívia e Mateus da UFVJM http://rtufvjm.blogspot.com.br/



Referências

Titulo: GUIRRO,E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional, fundamentos, recursos e patologias. Capitulo 6 – Eletroterapias

Titulo: KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia prática baseada em evidência. Capitulo 15 – Estimulação elétrica neuromuscular e muscular



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Laser




O Tratamento com Laser na Fisioterapia


Laser significa Amplificação de luz por emissão estimulada de radiação. Na fisioterapia os raios laser são produzidos por uma mistura de hélio/neônio (632,8nm).
A mistura hélio/neônio produz uma luz vermelha e a mistura infravermelha não produz luz.
O laser é um tipo de radiação eletromagnética não ionizante, monocromática. Suas ondas propagam-se com a mesma fase no espaço e no tempo. Sua direcionalidade permite a obtenção de alta densidade de energia concentrada em pequenos pontos.
A fim de descrever um laser, deve-se medir:

o comprimento de onda em nanômetros;
a duração total de pulso,
o índice de repetição
o tempo total de exposição;
a intensidade de energia e de potência em joules por centímetro quadrado;
a irradiação em watts por centímetro quadrado.
A monocromaticidade faz com que o raio laser seja absorvido por uma cor única, por exemplo: um raio vermelho (He/Ne) é absorvido por zonas vermelhas do organismo como os vasos capilares. Ele atravessa a estrutura cutânea e subcutânea sem ser absorvido por esta e sem comunicar-lhe sua energia que será comunicada apenas nos vasos capilares.
Por sua vez, a intensidade da reação biológica depende da reabsorção, reflexão e transmissão do comprimento da onda; da densidade de energia; do tempo de exposição; e do fluxo sangüíneo.


Características do Laser

Essas características proporcionam propriedades terapêuticas importantes (tróficoregenerativas, anti-inflamatórias e analgésicas). Promovem um aumento na microcirculação local, na circulação linfática, proliferação de células epiteliais e fibroblastos, assim como aumento da síntese de colágeno.
Monocromaticidade - o laser é diferente de outras fontes de luz, porque é monocromático (apenas um comprimento de onda).
Coerência espacial - Ele obedece as leis da física. Substâncias específicas são estimuladas eletricamente para emitir radiações que produzem maiores níveis de energia.
Colimação - o feixe de luz é sempre paralelo (quer seja projetado de poucos centímetros, quer de longa distância), mantendo sempre o mesmo comprimento de onda sendo esta uniforme e concentrado no raio altas densidades de energia.
Brilho - a potência emitida é elevada mais do que qualquer outro raio não laser.

Os protocolos de utilização do laser terapêutico devem considerar a fase do processo inflamatório em que o paciente se encontra. As densidades de energia para aumentar a circulação local e promover analgesia então entre 2 e 4Jcm2.
Quando o objetivo é a cicatrização tecidual, a densidade deve estar na faixa de 6 a 8Jcm2. O número de pontos irradiados depende do tamanho da área a ser tratada.


Efeitos do Laser

1. Aumenta a síntese de colágeno - útil para reparo tecidual.

2. Aumenta a permeabilidade das membranas celulares com maior eficiência da bomba de sódio.

3. Aumenta o número de fibroblástos e promove tecido de granulação - útil para cicatrização de corte.

4. Aumenta os níveis de prostaglandinas. Causa um aumento na ATP celular, que é útil para mitigação da dor.

5. Ação anti-inflamatória


Aplicações Clínicas

Sua principal indicação são os quadros patológicos em que se deseja obter melhor qualidade e maior rapidez do processo reparacional (quadros de pós-operatório, reparação de tecido mole, ósseo e nervoso), quadros de edema instalado (onde se busca uma mediação do processo inflamatório), ou nos quadros de dor (crônicas e agudas).
Cirúrgicas - Pode ser usado para cortar ou cicatrizar especialmente em casos cirúrgicos onde a perda de sangue seja um risco para o paciente. Como uma faca ele pode cortar e com grande precisão extirpar poucas células. Pode também estancar hemorragia como por exemplo uma hemorragia gastrointestinal.

Oftalmologia - O laser pode passar através do olho e ser focado em um pequeno ponto de tratamento.

Estética - No combate a celulite, na dissolução de gorduras e na recanalização dos vasos linfáticos drenando a linfa.


Na Fisioterapia os benefícios do Laser diminuem o tempo de tratamento e ajudam

* na cicatrização de ferimentos,
* no fechamento de feridas abertas, úlceras e feridas pós-operatórias,
* na velocidade de condução do nervo
* nas artropatias degenerativas e inflamatórias
* no alívio da dor; tanto em pontos gatilhos quanto em pontos de acupuntura.
* tem efeitos benéficos em lesões de tecidos moles - tendões, ligamentos e músculos e até em fortalecimento de tendões e ligamentos.


Contra-indicações

1 - Carcinoma.
2 - Irritação cutânea.
3 - Tratamento do tórax em pacientes cardíacos
deve ser evitado, juntamente naqueles que têm marca-passo.
4 - Olhos.



Fontes: http://fisioterapiaquintana.blogspot.com.br/ por Roberto Quintana;

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            http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/29989/laser-o-que-e-e-como-funciona#ixzz2wihJZ0v2




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Turbilhão


É uma forma de hidroterapia em que usamos a água de forma turbilhonada, a uma pressão e temperatura pré estabelecida com finalidade terapêutica
A agitação, ou o turbilhonamento, da água é em geral conseguido às custas de uma impulsão conseguida à base de pás ou hélices mecânicas, que giram por força de um motor, ou por injeção sob pressão de ar comprimido dentro do tanque, ou da banheira.
Os benefícios efeitos produzidos pelos banhos de turbilhão resultam da ação combinada do calor e da suave massagem da água.

Temperatura:

32°C – tonifica os músculos
37 a 38°C – relaxamento muscular
38 a 40°C – vasodilatação; aumento da circulação sanguínea; diminuição da pressão arterial; aumento do metabolismo; é mais sedante e analgésico.
Abaixo de 25°C – pode ser usado no tratamento de regiões edemaciadas.

A pressão do jato de turbilhonamento pode ser regulado para mais ou para menos, e deve ser utilizados por massageamento da região, dessensibilização de coto, diminuição de aderências e fibroses, e alívio de contratura muscular.

Tipos de turbilhão:

Para membros inferiores, para membros superiores e de meio decúbito.

Materiais e acessórios:

O gabinete que contém a água pode ser de aço inoxidável, de fibra de vidro, ou cimento revestido com azulejo.
Deve possuir uma válvula para entrada e saída da água
Termômetro
Termostato
Adaptações para posicionar o paciente
Cadeira giratória
Jato turbilhonável (com regulagem)
Resistência elétrica para aquecimento da água

Tempo de tratamento:

Em torno de 20 a 40 minutos

Técnica de tratamento:

Limpar a área com água e sabão neutro ou solicitar ao paciente que faça uma ducha antes do tratamento
Direcionar o jato em toda a extensão do segmento, mudando sua posição por algumas vezes durante o tratamento, ou realizar movimentos durante todo o período de tratamento.
Deve-se fornecer meios ao paciente para que possa enxugar a região após tratamento
É recomendável que se junte à água uma substância anti-séptica. Na falta de uma droga mais adequada, pode ser usada uma solução de permanganato de potássio, bem diluída.
É recomendável que se troque a água ao iniciar um novo dia de trabalho e pelo menos mais uma vez ao dia durante as sessões de tratamento.
Pode ser usados o turbilhão com água com gelo, onde há associação da crioterapia e da massagem de turbilhão.

CUIDADOS E PRECAUÇÕES

Observar o estado geral do paciente durante o tratamento, principalmente nos turbilhões de meio decúbito.
Evitar deixar o paciente sozinho
Não ligar a resistência com o aparelho sem água
Evitar que o paciente toque na resistência
Evitar anti-sépticos espumantes
Evitar pacientes com doenças contagiosas
O piso da área deve ser antiderrapante.

INDICAÇÕES

Artralgia
Artrite
Anquilose
Contusão
Contratura
Coto doloroso
Distensão
Espasticidade
Hipertonia
Fibrose
Pré cinético
Mialgias e etc.

CONTRA-INDICAÇÕES

Estado febril
Processo inflamatório agudo
Edema
Doenças dermatológicas
Feridas abertas e etc



Fonte: http://fisiowebline.blogspot.com.br/




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Ondas Curtas




Essa modalidade de recurso fisioterapêutico utiliza o espectro de ondas eletromagnéticas, na ordem de MHz. Ou seja é uma corrente senoidal de elevada frequência que permite a excitação neuromuscular através de efeitos químicos e do calor, sendo considerada uma terapia de calor profundo.
Apesar de ser uma onda eletromagnética, não é ionizante, logo não produzem lesões no tecidos ( como pode ocorrer nos Raio-X e ultravioleta ), apenas queimaduras, em raros casos de alta intensidade.
A frequência deste tipo de onda, por norma internacional, está fixada em 27.12 MHz, o que equivale a uma frequência de onda de 11 metros. Mas há também equipamentos que trabalham com 13,56 MHz ( 22 m ) e 40.68 MHz ( 7.5 m ).

Métodos de aplicação 

Pulsado – Produz calor de forma intervalada

Não Pulsado – Produz calor profundo

Como se aplicam Ondas Curtas? 

As placas de contato para ondas curtas são posicionadas diretamente sobre a pele, em áreas relacionadas à origem da dor. O processo é totalmente indolor, sendo que o paciente refere, na maioria das vezes, sensação agradável durante e logo após a aplicação.

Efeitos Fisiológicos

O efeito térmico é o efeito principal do equipamento de ondas-curtas. Os efeitos são:
Aumento da circulação
Aumento da velocidade de condução nervosa
aumento do limiar de dor

Efeitos não Térmicos

São obtidos essencialmente com o onda-curta de forma pulsada.

Reabsorção de hematomas;
Diminuição de edemas;
Organização de fibras de colágeno;
Regeneração de fibras nervosas;

Indicações ao tratamento

As principais indicações , separada por método, são:

Térmico ( não pulsado ) – Semelhando ao que já foi escrito – Analgesia, aceleração da cicatrização, quebra de rigidez, contraturas musculares. A grande vantagem está no fato de ser profunda e atuar de maneira bem eficiente em regiões de difícil acesso, como joelho e quadril;
Atérmico ( pulsado ) – pode estar indicado em lesões de partes moles , pós cirurgia, chicote cervical ( whiplash ), lombalgias, aceleração da reparação do tecido em feridas, e até mesmo traumas craniais.

Contra Indicações

Marcapasso;
Implantes metálicos;
Grávidas não podem de jeito nenhum;
Hemorragias;
Infecções;
Falta de sensibilidade térmica;




              http://dor.med.br





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Radiação infravermelha




A radiação infravermelha é um agente térmico superficial usado para alívio da dor e rigidez, para aumentar a mobilidade articular e favorecer a regeneração de lesões de tecidos moles e problemas da pele (Kitchen e Partridge, 1991; Lehmann e de Lateur, 1999; Michlovitz, 1986).

Características físicas

As radiações infravermelhas (IV) se acham dentro daquela parte do espectro eletromagnético cujas ondas produzem aquecimento ao serem absorvidas pela matéria (vide Fig. 1.20). As radiações são caracterizadas por comprimentos de onda de 0,78-1000 µm, que se acham entre as microondas e a luz visível. Muitas fontes que emitem luz visível ou radiação ultravioleta (UV) também emitem IV. A International Commission on Illumination (CIE) descreve a radiação infravermelha em termos de três bandas biologicamente significativas, que diferem no grau com que são absorvidas pelos tecidos biológicos e portanto em seu efeito naqueles tecidos:

• IVA: valores espectrais de 0,78-1,4 µm
• IVB: valores espectrais de 1,4-3,0 µm
• IVC: valores espectrais de 3,0-1,0 mm.

Os comprimentos de onda principais usados na prática clínica são aqueles entre 0,7 µm e 1,5 µm e estão portanto concentrados na banda de IVA.

Produção de radiação infravermelha pelos corpos

A radiação infravermelha é produzida como resultado do movimento molecular dentro dos materiais. Um aumento na temperatura acima do zero absoluto resulta na vibração ou rotação de moléculas dentro da matéria, o que leva à emissão de radiação infravermelha. A temperatura do corpo afeta o comprimento de onda da radiação emitida, com a frequência média da radiação emitida aumentando com o aumento da temperatura. Assim, quanto mais alta a temperatura do corpo, mais alta a frequência média de saída e, consequentemente, mais curto o comprimento de onda. A maioria dos corpos, contudo, não emite IV com uma única banda de ondas. Vários comprimentos de onda diferentes podem ser emitidos devido ao intercâmbio entre emissão e absorção das radiações afetando o comportamento das moléculas.

Fontes de radiação infravermelha

As fontes infravermelhas podem ser naturais (por exemplo, o sol) ou artificiais. Um IV artificial é normalmente produzido passando-se uma corrente elétrica através de um fio de resistência espiral. Os geradores luminosos (ou aquecedores por radiação) consistem em um filamento de tungstênio dentro de um bulbo de vidro que contém um gás inerte a baixa pressão. Eles emitem tanto radiações infravermelhas quanto visíveis com um pico de comprimento de onda em torno de 1 µm . Podem ser usados filtros para limitar a saída a bandas de onda particulares, tais como quando um filtro vermelho é usado para excluir as ondas de luz azuis e verdes.
Geradores não luminosos mais comumente consistem em um fio de resistência em espiral que é enrolado em torno de um material isolante de cerâmica ou embebido nele. A radiação infravermelha portanto será emitida tanto pelo fio como pelos materiais aquecidos que o cercam, resultando na emissão de radiações de várias frequências diferentes. Os geradores não luminosos produzem radiações com o pico a um comprimento de onda em torno de 4 µm.
As lâmpadas luminosas podem geralmente ser encontradas com níveis de potência entre 250 e 1500 W e as lâmpadas não-luminosas com níveis entre 250 e 1000 W. Ambas requerem um período de "aquecimento", já que a energia emitida aumenta durante certo período de tempo (Orenberg et al, 1986; Ward, 1986). As lâmpadas não-luminosas demoram mais do que as lâmpadas luminosas para atingir um nível estável de pico de emissão de calor à medida que a oscilação molecular que causa o aquecimento se dissemina através do corpo do aquecedor.

COMPORTAMENTO FÍSICO DA RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

As radiações infravermelhas podem ser refletidas, absorvidas, transmitidas e sofrer refração e difração pela matéria, sendo a reflexão e a absorção os processos de maior significância biológica e clínica. Esses efeitos modulam a penetração da energia dentro dos tecidos e desse modo, as alterações biológicas que ocorrem.

Absorção, penetração e reflexão

A pele é um material complexo e consequentemente suas características de reflexão e absorção não são uniformes (Moss et al. 1989).
A radiação precisa ser absorvida para facilitar as mudanças dentro dos tecidos do corpo e a absorção depende de: estrutura e tipo do tecido, vascularidade, pigmentação e comprimento de onda. A penetração de energia para dentro de um meio depende da intensidade da fonte de infravermelho, do comprimento de onda (e consequente frequência de radiação), do ângulo com que a radiação atinge a superfície e do coeficiente de absorção do material.
Hardy (1956) salientou que os comprimentos de onda curtos se difundem mais do que os comprimentos de onda longos, mas que as diferenças são minimizadas à medida que a espessura da pele aumenta. A penetração, portanto, depende tanto das propriedades de absorção dos constituintes da pele quanto do grau de difusão ocasionada pela microestrutura da pele. Jacques e Kuppenheim (1955) examinaram as características de reflexão da pele humana e observaram que a reflexividade máxima ocorria nos comprimentos de onda IV entre 0,7 e 1,2 um - a faixa de muitas lâmpadas terapêuticas.
A penetração máxima ocorre com comprimentos de onda de 1,2 um, enquanto a pele é virtualmente opaca para comprimentos de onda de 2 um e acima (Moss et al, 1989). Hardy (1956) mostrou que pelo menos 50% das radiações de 1,2 um penetravam a uma profundidade de 0,8 mm, permitindo a interação com capilares e terminações nervosas. Como a penetração da energia diminui exponencialmente com a profundidade, a maior parte do aquecimento devido ao IV ocorrerá superficialmente. Selkins e Emery (1990) demonstraram que quase toda a energia é absorvida a uma profundidade de 2,5 mm e Harlen (1980) observou profundidades de penetração de 0,1 mm para comprimentos de onda de IV longo e até 3 mm para os comprimentos de onda mais curtos.

Aquecimento do tecido corporal

As radiações infravermelhas produzem alterações térmicas devido à absorção da radiação, que leva a vibração molecular e esse movimento, por sua vez, leva a alterações térmicas. Algum aquecimento pode ocorrer mais profundamente devido à transferência de calor dos tecidos superficiais, tanto por condução direta como por convecção, em grande parte através do aumento da circulação local. O infravermelho deve, portanto, ser considerado uma modalidade de aquecimento superficial.

EFEITOS BIOLÓGICOS

Geralmente, a maioria dos especialistas assume que os fótons de IV não dão origem a efeitos fotoquímicos. Os principais efeitos fisiológicos atribuídos ao IV são, portanto, resultado do aquecimento local do tecido. Esses efeitos incluem alterações no comportamento metabólico e circulatório, na função neural e na atividade celular.

Evidências de eficácia clínica

Há evidência limitada sobre eficácia diretamente relacionada ao uso de IV; contudo, as evidências provenientes do uso de outras formas de aquecimento superficial, que dão origem somente a alterações térmicas superficiais (por ex., aquecimento por condução) são também aplicáveis.

Dor

Lehmann, Brunner e Stow (1958) demonstraram que quando o IV era aplicado à região do nervo ulnar no cotovelo, um efeito analgésico era observado distalmente ao ponto de aplicação. Kramer (1984) utilizou IV como controle ao avaliar o efeito do aquecimento por ultra-som em testes de condução nervosa em pessoais normais. O IV e o ultra-som foram aplicados separadamente ao segmento umeral distai do nervo ulnar em dosagens que geraram um aumento de 0,8°C na temperatura do tecido; em ambos os casos foi encontrado um aumento na velocidade de condução do nervo ulnar pós-tratamento. Os estudos de Halle, Scoville e Greathouse (1981) e Currier e Kramer (1982) também indicam que o IV pode causar um aumento na velocidade de condução de nervos normais em humanos.

Rigidez articular

A rigidez articular engloba diversos parâmetros tais como o comportamento de ligamentos, cápsula articular e estruturas periarticulares e alterações na pressão dos fluidos. Wright e Johns (1961) aplicaram IV a uma articulação normal da mão in vivo, produzindo uma temperatura de superfície de 45°C. Eles mediram uma queda de 20% na rigidez articular a 45°C quando comparada com a rigidez a uma temperatura de 33°C. Contudo, esse trabalho foi feito com apenas duas pessoas e não foram identificados estudos que reproduzissem esses resultados.

Edema

Wadsworth e Chanmugan (1980) defendem o uso de radiação IV no tratamento de edema de membros. Eles alegam que o uso de IV causará a vasodilatação dos vasos e encorajará o aumento na velocidade de troca dos fluidos dos tecidos. Nenhum estudo que desse fundamento a essas alegações ou indicasse que a adição de IV a outros tratamentos realmente facilita a redução de edema foi encontrado.

Lesões de pele

Algumas lesões de pele podem beneficiar-se do uso de calor seco. As infecções por fungos, como paroniquia e psoríase, podem ser tratadas com IV. Westerhof et al. (1987) expuseram pacientes com psoríase ao IV durante um mês, com uma temperatura de pele de 42°C. Oitenta por cento desses pacientes experimentou remissão, com 30% experimentando uma melhora dramática. Orenberg et al. (1986) confirmaram esses resultados. A radiação infravermelha não deve ser usada, contudo, para tratar feridas abertas, já que as evidências indicam que sua tendência de desidratar os tecidos causa dano adicional e inibe a regeneração.

Dosagem

Apesar de o nível de aquecimento produzido no tecido poder ser calculado matematicamente (por ex., Orenberg et al., 1986), ou poder ser registrado por sensores de calor (por ex., Weterhof et al, 1987), é prática clínica normal estimar o nível de aquecimento desenvolvido nos tecidos da superfície através do relato sensitivo do paciente. A quantidade de energia recebida pelo paciente será governada por:

• a potência da lâmpada (em watts)
• a distância entre a lâmpada e o paciente
• a duração do tratamento.

Para que os efeitos terapêuticos ocorram tem-se sugerido que é necessário manter uma temperatura entre 40 e 45 °C por pelo menos 5 minutos (Lehmann e de Lateur, 1990). Crock-ford e Hellon (1959) demonstraram um aumento gradual na temperatura durante os primeiros 10 minutos de irradiação, com o retorno ao normal levando em média 35 minutos.
A intensidade é alterada mudando a distância entre a lâmpada e a parte do corpo ou alterando o rendimento do gerador. No final de um tratamento, uma dose leve deve gerar na pele temperaturas na região de 36-38°C e uma dose moderada deve produzir temperaturas entre 38-40°C. O tratamento infravermelho é, normalmente, continuado por um período entre 10 e 20 minutos, dependendo do tamanho e vascularidade da parte do corpo, da cronicidade da lesão e da natureza da lesão. Partes avasculares pequenas, condições agudas e lesões de pele tendem a ser tratadas por períodos de tempo mais curtos.

APLICAÇÃO CLÍNICA

O procedimento a seguir deve ser usado quando se aplica terapia infravermelha a um paciente.
• Seleção do equipamento. Lâmpada luminosa (radiante) ou não luminosa.
• Aquecimento. Isso maximiza o rendimento. Lâmpada não luminosa: aproximadamente 15 minutos; lâmpada luminosa: apenas alguns minutos.
• A pessoa. É usada uma posição confortável, com apoio, para permitir que a pessoa permaneça parada durante o tratamento. A pele deve estar descoberta, limpa e seca, sendo removidas todas as pomadas e cremes.
• Precauções de segurança. A natureza, os efeitos e riscos do tratamento devem ser explicados, as contra-indicações verificadas e a sensibilidade térmica da pele examinada. Os olhos devem ser cobertos se houver possibilidade de serem irradiados para prevenir ressecamento da superfície. O paciente deve ser alertado sobre os riscos, incluindo o de queimaduras.
• Posicionamento da lâmpada. A lâmpada é posicionada para permitir que a radiação incida na pele em ângulo reto de modo a facilitar a absorção máxima de energia. A distância entre a lâmpada e a parte do corpo variará de acordo com a potência da lâmpada, mas é geralmente entre 50 e 75 cm.
• Dosagem (vide p. 142). Essa é determinada pela resposta da pessoa. É essencial, portanto, que o paciente seja orientado sobre o nível apropriado de aquecimento e compreenda a importância de relatar qualquer mudança no mesmo.
• Acompanhamento. Após o fim do tratamento, a temperatura da pele deve parecer levemente ou moderadamente quente ao toque. O grau de eritema induzido deve ser anotado e devem ser avaliadas quaisquer alterações inesperadas. Devem ser mantidos registros de cada sessão de tratamento e das mudanças induzidas pela radiação.

RISCOS

• Pele. Podem ocorrer lesões agudas após uma única exposição excessiva de IV a temperaturas de 46-47°C e acima. A dor, contudo, ocorre a 44,5+1,3°C e deve, portanto, servir de proteção provocando uma resposta de retirada (Hardy, 1951; Stevens, 1983). Pode ocorrer dano crônico após exposição prolongada a temperaturas toleráveis (Kligman, 1982); ocorreram hiperplasia epidermal e um grande aumento na substância fundamental amorfa em porquinhos-da-índia.
• Tecidos subdermais. Os tecidos expostos ao IV durante procedimentos cirúrgicos mostram um aumento na tendência de desenvolver adesões.
• Testículos. Há uma diminuição temporária da contagem de espermas.
• Sistema respiratório. Bebês expostos a aquecedores radiantes podem ser sujeitos a períodos de apneia.
• Pessoas susceptíveis. Por exemplo, pessoas idosas podem sofrer desidratação e redução temporária da pressão arterial ou sintomas como tontura e cefaleia após a aplicação de IV, especialmente em áreas amplas como a coluna ou pescoço/ombros.
• Dano óptico. Podem ocorrer queimaduras de córnea, lesões da retina e do cristalino. Esse tipo de lesão está normalmente associada a ambientes industriais (Moss et al., 1989).

PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA E CONTRA-INDICAÇÕES

A segurança elétrica do equipamento deve ser verificada regularmente (vide Apêndice). A potência da lâmpada deve ser verificada e a estabilidade mecânica, alinhamento e segurança de todas as partes da lâmpada deve ser examinada.

Contra-indicações

Apesar de nem todos os fatores relacionados terem sido completamente confirmados por pesquisas, os fatores abaixo têm resultado em relatos mínimos de dano em pacientes:
• áreas com sensibilidade térmica cutânea ruim ou deficiente
• pessoas com doença cardiovascular avançada
• áreas com a circulação periférica local comprometida
• tecido cicatricial ou tecido desvitalizado por radioterapia profunda ou outras radiações ionizantes (que pode estar mais sujeito a queimaduras)
• tecido maligno na pele (embora tal tecido possa ocasionalmente ser tratado com o uso de irradiação infravermelha)
• pessoas com redução no nível de consciência ou da capacidade de compreensão dos riscos do tratamento pessoas com enfermidade febril aguda algumas doenças agudas de pele como dermatite ou eczema
• os testículos.



Fonte: http://concursoefisioterapia.com




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Tens - Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea




A eletroterapia em suas diversas modalidades é largamente utilizada pelos fisioterapeutas no tratamento de vários distúrbios.
Nos últimos anos houve grande evolução no conhecimento dos efeitos fisiológicos de correntes da aplicação dos agentes eletrofísicos nos tecidos.
O desenvolvimento da estimulação nervosa elétrica transcutânea – TENS – está baseado diretamente no trabalho inovador de Melzack e Wall(1965) que constitui a teoria da comporta para explicar o controle e modulação da dor.
As pesquisas realizadas sobre as alterações patológicas constatadas em nervos em seguida a lesões levou a justificação cientifica para a aplicação de impulsos elétricos a nervos lesionados, com a finalidade de modificar suas respostas anormais. Estes achados , e a teoria do controle da ponte, formam a base de boa parte de nossa compreensão dos mecanismos da dor , e esclarecem o valor terapêutico da estimulação nervosa elétrica. Durante séculos, a estimulação elétrica vem sendo utilizada para o alivio da dor. A estimulação nervosa elétrica transcutânea é uma corrente de baixa freqüência , quando comparada a todo o espectro das frequências da corrente elétrica disponíveis para usos terapêuticos.
Com a proposição de novas teorias neurológicas que explicam a dor e os mecanismos de analgesia, admitiu-se a TENS como sendo uma estimulação sensitiva transcutânea diferencial das fibras proprioceptivas do tato, a grande velocidade de condução.

Conceito

Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea é o método de estimulação dos nervosos periféricos através de eletrodos acoplados à pele com fins terapêuticos. É uma corrente analgésica, ela atua nos sistemas modulares da dor, aumentando sua tolerância à dor causando uma analgesia.

Fisiologia da Dor

A dor tem como objetivo principal o de proteção e surge quando existe uma lesão de tecido. O sistema nervoso é composto por dois sistemas funcionais: o sistema nervoso periférico e o sistema nervoso central . Antes do nascimento o feto é capaz de perceber e processar estímulos. Entre as 20 e as 24 S de gestação as sinapses nervosas estão completas para a percepção da dor. As terminações nervosas livres existentes na pele e noutros tecidos possuem os receptores da dor. É através do sistema nervoso periférico que o estímulo da dor é percebido e captado. Os nervos sensoriais e motores da coluna espinhal conectam os tecidos e órgãos ao sistema nervoso central, completando assim o sistema.

Receptores Nervosos Sensoriais

Recebem e transmitem a dor ao longo dos tecidos do corpo e agrupam- se em:

1 - receptores mecânicos: captam informações tácteis
2 - receptores térmicos: captam informações térmicas
3 - receptores químicos: detectam as químicas orgânicas como o olfato, paladar e alterações bioquímicas do sangue
4 - receptores electromagnéticos : detectam informação da luz e do som
5 - receptores da dor ou terminações nervosas livres: detectam lesões físicas e químicas nos tecidos

Fibras Sensoriais e Sistema Endócrino

O impulso gerado pelo estímulo é transmitido para a espinha dorsal através das fibras A-delta (que são mielinizadas e conduzem o impulso doloroso rapidamente) e as fibras C (não mielinizadas que conduzem o impulso lentamente).
Este sistema governa a transmissão química dos sinais da dor. Estas hormônios dividem-se em:
Neurotransmissores - transmitem impulsos através das sinapses. São eles a epinefrina,norepinefrina, dopamina e acetilcolina. Este processo ocorre por volta da 16ª e 21ª semana de gestação.
Neuromoduladores - a endomorfina (opiáceo natural produzido pelo corpo) possuindo cação idêntica à morfina. Pensa-se que esta hormônios impede a transmissão do impulso da dor, bloqueando a libertação dos neurotransmissores excitatórios.

Mielinização

A bainha da mielina encontra-se ao longo do axônio e os impulsos dolorosos são conduzidos de nodo a nodo pelo nervo mielinizado excitando um nodo após o outro. Este processo aumenta a velocidade de transmissão do estímulo doloroso. No RN há uma deficiência de mielina ao redor dos axônios, que faz com que a velocidade de transmissão da dor seja um pouco mais lenta que no adulto.

Sistema de Controle da Dor no Cérebro e na Medula Espinhal

A estimulação elétrica em regiões diversas do cérebro e medula pode reduzir ou mesmo bloquear os impulsos dolorosos transmitidos na medula. Foram descobertos dois sistemas de opiáceos no cérebro, compostos semelhantes à morfina, as encefalinas e as endorfinas. Estas atuam como transmissores excitadores que ativam porções do sistema analgésico do cérebro

O Equipamento

Consiste de uma fonte de voltagem grande de pulsos, eletrodos e cabos interconectantes.

Fios Elétricos

O potencial elétrico (ou corrente elétrica) gerado pela TENS é transmitido através dos fios elétricos , desde o aparelho de TENS até o eletrodo , que está aplicado à pele do paciente. É importante que estes fios ou cabos elétricos sejam suficientemente robustos para que possam suportar as atividades do dia-a-dia. Na maioria dos casos , o cabo elétrico é conectado numa tomada de saída comum. Em seguida, o cabo se bifurca , indo inserir-se nos dois eletrodos.

Eletrodos : Sua Característica

O tipo mais comum de eletrodo , fornecido como equipamento padrão juntamente com a maioria dos aparelhos de TENS , é negro, de borracha de silicone impregnada com carbono.
Para a estimulação do tecido excitável com um único pulso de corrente, três critérios devem ser preenchidos: o estímulo precisa ter uma ascensão abrupta, o pulso precisa ter largura adequada, e a intensidade precisa ser limiar ou supra limiar.
No tecido nervoso , sabe-se que quanto maior o diâmetro da fibra mais baixo seu limiar de resposta e mais breve sua cromaria. As diferenças nas características de estímulos-resposta entre as populações de fibras maiores e fibras pequenas tornam possível a geração de impulsos de certas formas , estes impulsos podem estimular preferencialmente as grandes fibras A aferentes, que aluarão bloqueando a descarga dos impulsos da dor pelas fibras A-deltas e C.

Posicionamento dos Eletrodos

O local selecionado deve permitir que a estimulação seja facilitada ao sistema nervoso periférico e ao sistema nervoso central;
A área selecionada deve estar anatômica ou fisiologicamente relacionada à fonte da dor ;
A pele deve estar limpa a fim de diminuir a resistência da pele;
Os eletrodos devem estar bem fixados ao tecido em tratamento.

Fonte de Energia

O tens é uma corrente despolarizada.
Os geradores da TENS podem receber sua fonte de energia primária de uma fonte convencional de correntes alternadas de 60 Hz. Sendo então modifica pelo gerador para a produção de uma das formas típicas de ondas do TENS.

Forma de Onda

A forma mais comumente produzida é uma onda quadrada balanceada, assimétrica, bifásica com um componente de CD de rede igual a zero. A área sob a onda positiva é igual à área sob a onda negativa . Não são produzidos efeitos finais polares, o que evita a formação , a longo prazo, de concentrações iônicas positivas-negativas por baixo de cada eletrodo, ou no interior dos tecidos. Conseqüentemente,não há reações cutâneas adversas em decorrência de concentrações polares.

Freqüência ou Velocidade de Pulso

A freqüência de pulso é variável em todos os aparelhos, e a faixa de variação dos parâmetros também varia, na média de 1 a 150 pulsos por segundo, ou hertz (Hz). Uma baixa freqüência, digamos 10 pulsos por segundo , é descrita pelo paciente como uma sensação de “coceira” lenta, enquanto que uma freqüência elevada é expressada como uma sensação contínua de vibração.

Efeitos Neurofisiológicos da TENS

Os estímulos provenientes do sistema aferente sensitivo , atingem a via trato espino talâmico , principalmente núcleos periaquedutais que sob controle cortiçal e do sistema límbico liberam então endomorfinas as quais produzem alívio da dor.

A função básica da TENS é a ANALGESIA.

A teoria das comportas é uma outra forma de explicar a neurofisiologia de TENS. Os impulsos da TENS são transmitidos através de fibras de grosso calibre , do tipo A, que são de rápida velocidade, já os estímulos da dor são transmitidos através da fibras de calibre menor, do tipo C, que são lentas.
Desta forma os estímulos da TENS chegam primeiro ao corno posterior da medula, e despolarizam a substância gelatinosa de Holando, impedindo que os estímulos da dor passem para o tálamo. Sendo assim, as comportas ou portões da dor são fechados, daí o nome: Teoria das Comportas ou Porta da dor.

Ajuste das Modulações

Existem 6 modalidades diferentes:

Convencional dor aguda

A estimulação convencional, de alta freqüência, pode ser definida como cadeia contínia, ininterrupta, de impulsos de alta freqüência grados com curta duração e baixa amplitude.

- Freqüência: 50 a 100 Hz (alta)
- Duração: 40 a 75 microssegundos
- Amplitude: subjetiva, devendo ser propiciada de modo a assegurar que a estimulação permaneça apenas dentro dos limites as estimulação sensitiva, resultando uma sensação forte, mas confortável.

No modo convencional a TENS recruta, preferencialmente, grandes fibras A-beta, estabelecendo um sintoma de controle da dor por pequenas fibras. Através do interneurônio no corno dorsal da medula, ao nível da "comporta" na substancia gelatinosa.


Convencional dor crônica

- Freqüência de pulso: baixa (100 a 130 Hz)
- Duração do pulso: 100 à 300 microssegundos (largo)
- Intensidade: desconfortável alta
- Início do alívio: 20 minutos
- Duração do alívio: 20 min à 02 horas.

Breve Intenso

É muito similar ao modo convencional, em que o estímulo é formado por uma cadeia ininterrupta de impulsos em freqüência muito elevadas, larguras moderadas e intensidade moderada.

- freqüência: Alta (abaixo de 100 Hz).
- Duração: 200 microssegundos (Largo).
- Amplitude: Forte, ao nível de tolerância.
- Início do alívio: 10 a 15 minutos.
- Duração do alívio: Pequeno, apenas durante a estimulação.


Acupuntura

A estimulação de baixa freqüência tem propiciado alívio à dor. O mecanismo de ação que produz analgesia com estimulação de baixa freqüência tem sido descrito como sendo mediado por opiáceos.
A liberação dos peptídeos opóides que poderia resultar em analgesia deve ser parcial ou completamente revertida pelo naloxone.

- Freqüência: 1 à 4 Hz
- Duração: 200 microssegundos
- Amplitude: Contrações musculares de baixa freqüência, visíveis.

Burst ou Trem de Pulso

- Freqüência: Trens de larga freqüência 970 a 100 Hz, modulados a uma freqüência de 2 Hz.
- Duração: 100 a 200 microssegundos
- Amplitude: Contrações rítmicas, toleráveis
- Início do alívio: 10 a 30 minutos
- Duração do alívio: 20 min à 06 horas

Obs.: Também faz analgesia na fase crônica.

Modulado

- Freqüência de Pulso: 50 à 100 Hz
- Duração do Pulso: 40 à 75 microssegundos.
Pode modular cada pulso do trem de pulso. Intensidade: Variável de acordo com a forma de modulação.
- Início do alívio: Depende da forma de modulação.
- Duração do alívio; Depende da forma de modulação.

Indicações

- Artrose
- Fibromialgia
- Analgesia da dor

Contra - Indicações

TENS é uma modalidade extremamente segura/em geral as contra - indicações baseiam-se no bom senso comum, e são citadas pelos fabricantes como forma de evitar possíveis litígios. As contra - indicações mais comumente citadas são :
Não use em pessoas que :
- Usam marcapassos;
- Sofrem cardiopatia ou disritmias;
- Apresentam dor não diagnosticada;
- Com epilepsia;
- Nos três primeiros meses de gestação;
- Não usar na boca, no seio carotídeo, pele anestesiada, proximidades do olho.

Conclusão

A eficiência no uso da TENS está diretamente relacionada à forma do estímulo, sua intensidade, freqüência e a colocação dos eletrodos. Esses cuidados possibilitam uma resposta neuromuscular eficiente, graças à variação ao tempo de ação e resposta. Pode ser empregada isoladamente, principalmente nos casos em que o paciente relata dor, ou associada a atividades respiratórias e fonatórias. Esses procedimentos ficam a cargo de cada terapeuta e das possibilidades em realizar as atividades propostas por cada paciente. Finalizando, cabe ressaltar que a TENS, por si só, não "cura" a disfonia. Ela cria, sim, melhores condições para o desenvolvimento da terapia e para a aplicação das técnicas convencionais
Sabe-se que nervos e músculos são extremamente sensíveis à estimulação elétrica, com a vantagem de provocar reações controladas com tempo e intensidade constantes.
A TENS age sobre as fibras nervosas aferentes como um estímulo diferencial que "concorre" com a transmissão do impulso doloroso. Ativa as células da substância gelatinosa, promovendo uma modulação inibitória segmentar, e, a nível de SNC, estimula a liberação de endorfinas, endomorfinas e encefalinas. Através da ativação do Sistema Analgésico Central (SACI), resulta numa diminuição ou bloqueio da percepção central à dor.


- Direitos Reservados aos Autores deste texto: Cleber Kikuti, Paulo Eduardo, Patrícia Duarte e Tatiana Abreu . Tendo como seu orientador o Prof. Blair José Rosa Filho.



Referência



Eletroterapia de Clayton - 10º edição Sheila Kitchen e Sarah Bazin Editora Manole Ltda - 1999
              
       

              http://fisioterapia.com.br
              http://wgate.com.br/




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